Para diretora do “Todos pela Educação”, Priscila Cruz, diferenças no ensino podem comprometer o futuro da juventude. Novo PNE pode amenizar o problema, acredita ela.
O Brasil vive um verdadeiro ‘apartheid educacional’ que pode comprometer o futuro da juventude. É o que acha a diretora-excutiva do movimento nacional “Todos Pela Educação”, Priscila Cruz, que participou do ciclo de palestras “Educação em Debate”, realizado em Brasília pela Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional. Priscila abordou o tema “Desigualdade Educacional”, a convite do presidente da frente, deputado Alex Canziani (PTB-PR).
O “Todos pela Educação” é um instituto de iniciativa privada voltado para a elaboração de planos, projetos e programas que estimulem o desenvolvimento do ensino. Para a diretora do movimento, existe uma grande desigualdade educacional entre as diferentes regiões do país e entre as classes sociais. Ela salienta que, apesar dos avanços, a educação brasileira ainda sofre muito com as disparidades.
“Temos que resolver com urgência a desigualdade no ensino para que possamos oferecer uma educação de qualidade para todos”, manifestou a executiva. “A diferença se nota principalmente entre os alunos de maior poder aquisitivo e aqueles de baixa renda. Também podemos perceber isto entre as regiões Nordeste e Sudeste. As disparidades são gritantes.”
Priscila diz que a realidade precisa ser mudada para não comprometer seriamente o futuro dos jovens. “Com relação às matérias, em matemática faz dez anos que não avançamos. Os alunos saem do ensino fundamental sem saber a matéria. No entanto, estamos esperançosos na aprovação, pelo Congresso Nacional, do Plano Nacional de Educação, que traz as diretrizes da educação para os próximos dez anos”, salientou. “Caso consigamos concretizar estas metas, sem duvida será um avanço para nossa educação. Mas, mais que isto, temos que envolver cada vez mais a sociedade brasileira neste tema. Só assim vamos mudar esse cenário ainda precário e muito preocupante para o futuro do Brasil.”.
O Senador Cristovam Buarque, coordenador da frente no Senado, também falou da importância do debate sobre educação. “Temos que envolver todos nesta discussão. O Brasil precisa de uma ‘Revolução na Educação’, não podemos ter alunos que saem da escola analfabetos funcionais. Almejamos o patamar de país de primeiro mundo, e para isto precisamos ter pessoas bem educadas, ensino de qualidade para todos. Não podemos pensar em futuro sem educação, que é a base de tudo.”
O presidente da frente, deputado Alex Canziani, ressaltou o papel do colegiado no Congresso. “A Frente Parlamentar da Educação tem debatido o ensino com a sociedade com o propósito de mostrar a importância do tema. Os dados que o movimento “Todos pela Educação” tem mostrado são alarmantes, é certo que a educação ainda precisa de mudanças estruturais.”
Para Canziani, o país vive atualmente o ‘apagão de mão de obra’, porque não temos pessoas qualificadas para o mercado de trabalho. “Estamos importando trabalhadores. Isto não condiz com um país que já é a sexta economia mundial. Como disse Priscila Cruz, precisamos começar exatamente pelo começo, educação infantil de qualidade. Só assim teremos jovens preparados para os outros anos de escola e, consequentemente, para o mercado de trabalho”, aponta o deputado da educação.
Segundo o parlamentar paranaense, não é possível o jovem ingressar numa boa faculdade sem ter um ensino básico de qualidade. “Mas também acredito que o Plano Nacional de Educação, se concretizadas as metas, vai mudar esta realidade. Teremos um avanço significativo. No entanto, é importante ressaltar: precisamos do apoio de toda a sociedade brasileira nesta luta", destacou Canziani.
Nenhum comentário:
Postar um comentário