domingo, 8 de janeiro de 2012

Sociedade cobra imparcialidade de jornalistas. É possível?

Tenho lido em alguns sites e blog´s de noticias algumas criticas sobre o fato de que profissionais do rádio tenham “simpatia” ou “preferência” pelo político A ou B. 
É importante fazer uma reflexão sobre o assunto e analisar alguns fatores. 
O primeiro leva em consideração o fato de que na política não é prudente ficar em cima do muro. Na minha opinião, qualquer cidadão tem que decidir de que lado está. Mesmo que errado, ficar em cima do muro não é prudente. 
Mas o que o público quer não é isso. 
O ouvinte, o telespectador, o leitor, seja da internet ou do jornal impresso, quer imparcialidade. Quer saber dos fatos, como eles ocorrem. Quer a opinião sincera do jornalista, mesmo que aquilo fira os interesses de alguns. 
Mas como isso é possível? 
Vejamos. 
A maioria dos veículos de comunicação está nas mãos de políticos ou seus diretores são ligados a eles. Assim, mesmo que o jornalista seja imparcial, os interesses do local onde trabalha são maiores. 
Por outro lado, mesmo que o veículo não seja, ou esteja ligado a algum grupo ou político, abre espaço pago para defender interesse de alguém, em detrimento a coletividade. 
E tem ainda o fato de que o salário pago a estes profissionais não são, na maioria, suficiente para que se cobre tal posição. Assim, muitos são obrigados a “acertar” com políticos para ter de fato condição de sobreviver. 
Os donos de rádio, na maioria, querem profissionais que façam de tudo, que defendam seus interesses, mas não querem colocar a mão no bolso para “retribuir”. Oferecem cotas de patrocínio e outras formas de pagamento, o que abre espaço para a chamada negociata. 
Assim, como cobrar dos profissionais que sejam imparciais? Muitos deles não conseguem viver apenas com os contratos publicitários e acabam caindo nas mãos de políticos. 
Assim, quando for criticar, pense que esses profissionais também precisam sobreviver. A maioria tem famílias e têm que cumprir com suas obrigações. 
Quem sabe um dia teremos rádios “profissionalizadas” e que possam mudar essa realidade.

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