segunda-feira, 9 de abril de 2012

PM instaura inquérito para apurar briga após jogo entre Operário e Londrina


A Polícia Militar (PM) instaurou um inquérito policial para apurar de que maneira e por quais motivos começou a confusão entre torcedores do Londrina e policiais no final da partida entre o Londrina e o Operário no domingo de Páscoa (8), noEstádio do Café.
O tumulto entre policiais e torcedores do Londrina começou após o gol do time adversário nos instantes finais do jogo. APM chegou a disparar balas de borracha nas arquibancadas para dispersar os torcedores.
Primeiro, a torcida do Operário provocou a do Londrina, o que deu início a uma confusão na arquibancada, que foi contida pela polícia. Para evitar mais confrontos, a PM determinou a saída dos torcedores do Operário antes da do Tubarão.
Nesse momento foi iniciada uma nova confusão, desta vez entre os policiais e torcedores do Londrina, vários deles sem vínculo com as torcidas organizadas. A briga terminou com quatro pessoas presas e pelo menos oito feridas, entre elas alguns policiais.
Entre os presos está o motorista de caminhão Antonio Cesar Birello, de 32 anos. Em entrevista ao JL nesta segunda-feira (9), o torcedor do Londrina contou que estava com quatro filhos no Estádio do Café. Quando o Operário marcou o gol no finalzinho do jogo, ele decidiu se antecipar e ir embora. “Estava a caminho do portão de saída quando a PMdesordenadamente começou a soltar bomba de efeito moral e bala de borracha e o povo dispersou”, contou.
Nessa correria, um dos filhos dele acabou sendo pisoteado. “Peguei ele no colo e fui direto para a saída. Conversei com um tenente para me liberar, mas ele fingiu que não me escutava. Pedi pelo amor de Deus e ele me chamou de vagabundo”, disse. Birello afirmou que o PM o xingou e disse que sabia que ele queria sair “para jogar pedra no adversário”.
O motorista contou que ficou esperando a liberação, mas os outros torcedores começaram a empurrar o portão de saída. “A única pessoa que sobrou ali fui eu e ele me deu voz de prisão por desacato e resistência à prisão”, afirmou.
Na companhia de dois dos quatro filhos – os outros dois foram embora com um parente -, de 3 e 5 anos, Birello disse ter sido defendido por alguns torcedores, mas acabou sendo arrastado com os filhos para a viatura e encaminhado à delegacia, onde ficou preso das 18 horas às 2 horas.
“Um dia de lazer acabou sendo um dia de terror. Meus filhos ficaram totalmente traumatizados. Eles que me pediram para ir ao jogo e até entraram com os jogadores do Londrina no campo”, lamentou. Para ele, houve despreparo da polícia.
O vice-presidente da Falange Azul, Marcelo Benini, disse que não presenciou a confusão fora do Estádio do Café pois, nesse momento, estava recolhendo o material da torcida.
Ele afirmou que as brigas, na arquibancada e na saída, foram duas situações isoladas. Para ele, faltou bom senso dos torcedores e também da PM. “O policiamento agiu truculento demais e com muito rigor”, afirmou.
Segundo Benini, quando começou a provocação das torcidas na arquibancada, não havia muito policiamento no local. “Começou o tumulto e os poucos policiais que estavam ali não seguraram.”
O vice-presidente da Falange afirmou que sempre orienta os torcedores a não se envolverem em confusão, mas quando os ânimos se exaltam demais, a contenção deve ser feita pela polícia. “O que a gente viu foi um pouco de excesso dos policiais.” Pelo menos dois torcedores reclamaram à imprensa de suposta truculência de alguns policiais.

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